Tenho que confessar que...09 de maio de 2022 ( Ainda bem, que para quase tudo tem conserto!)

Tenho que confessar que...
09 de maio de 2022

São exatamente 03:58 da manhã e estou aqui...
Sentada dentro do meu banheiro, escrevendo relatos que nem eu mesma consigo equilibrar dentro de mim...
Vestida em um roupão vermelho, meias rosas e cabelos curto, semi amarrado...
Olhos vermelhos, não porque acabei de acordar ou coisa e tal...
Mas, por ter adquirido ao longo dos anos um pterígio no meu olho esquerdo.
Ele sempre fica vermelho...

Dizem que ao fumar um baseado, dá esse mesmo efeito...
Porém, isso não acontece.

Bem que eu gostaria de experimentar e ver qual efeito me causaria...

Quem sabe, por um momento, eu esquecesse quem realmente sou, de onde vim e qual a graça de estar vivendo tudo o que hoje vivo.

Eu gostaria de dizer que estou bem...
Mas, não. Nunca estive e não estou.

Simplesmente, minha alma está dilacerada e reflete em meu corpo físico, carnal.
Ontem foi comemorado dia das mães e nem pude olhar nos olhos da minha mãe e dizer que a amo e sentir que ela devolvesse o mesmo a mim...
Ela está internada á quase 3 meses em uma clínica psiquiátrica e nem mesmo consigo saber, como ela está.

Achei que a vida adulta, fosse nos fazer felizes e nos dar paz.
A paz que tanto desejamos em nossas infâncias... Eu e meus irmãos.

Hoje, vejo que nada existe de esperanças.
O quadro da nossa mãe, depois de tantos anos de violência, não têm mais reversão.

Ela ainda lembra de nós.
Porém, esqueceu quem ela realmente é e quem realmente já foi.
Uma grande mulher!
Apesar, de narcisista!

No entanto, jamais esqueceremos.

Ela delira dia e noite e tem mania de repetição.

Às vezes, fala que estamos lá. Todos com ela, ao lado dela.
Deve ter criado isso, em sua mente, para que não se sinta sozinha.

E eu tenho medo...
Medo de também enlouquecer, por tudo o que já vivi.

Minha mãe, carrega tantos problemas nela e com ela, que é muito complicado descrever.

Uma pessoa com a alma tão pura e cheia de fé.
Nem dá para imaginar que isso aconteceu com ela.
Ela sempre cuidou de nós e por mais que algumas vezes, sua leiguice tenha deixado -a, agir negligentemente ...
Nós, sabemos que ela nunca teve culpa de nada.

Nosso pai, sempre foi o verdadeiro vilão.
Por tê-la violentado-a tantas vezes, por tê-la feito sofrer tantas vezes, de todas as formas possíveis.

O mais incrível, é que mesmo assim, eu e meus irmãos, nos preocupamos com ele.
Porque, por mais que ele tenha sido o vilão, ainda é nosso sangue.

Sem contar as milhares de vezes que ele nos espancou, nos dilacerou e nos violentou sem motivo algum.
Éramos apenas crianças.

Hoje, nos tornamos adultos frustrados e com uma personalidade forte, adquirida que o trauma nos causou.

É incrível, como coisas que vivemos lá atrás, reflete tanto em nossas vidas atualmente.

Eu pareço estar feliz, mas sei que na verdade nunca estou.
São risos momentâneos, apenas para disfarçar a dor.

Ao longo dos anos, tantas pessoas se afastaram de mim e me deixaram para trás.
Se sinto falta?
Como!!! Muito mesmo.
Se eu pudesse, iria ao encontro de todas e daria um abraço bem forte e isso já bastaria.

Lembro de uma em especial que surgiu na época em que mais precisava de um ombro amigo e por sua pouca atenção e risos, me cativou e em minha mente, deixei ser levada por emoções.

Me apaixonei. Amei e ela também me deixou...

Tempos depois, casei e os primeiros anos, sempre foram bem conturbados e confusos para mim.
Sempre achei que nunca fui amada de verdade.
Mas, houve um tempo, em que isso foi provado.
Então, me entreguei com os mesmos sentimentos ao qual me deixei levar quando eu era inocente e pura.

Todos os dias, acordo com meu humor diferente e modificado.
Por vezes, acordo alegre, me olho no espelho e gosto do que vejo.
Outras vezes, acordo e me deparo com a solidão no olhar.
E às vezes, acordo no meio da noite e meus pensamentos estão feito turbilhões dentro de mim e me ponho a escrever.
É só assim, que me encontro.
Escrevendo e contando coisas que jamais diria para outras pessoas.

Eu sinto falta. 
Falta do calor, do aconchego, nas noites frias.
Eu não tenho mais isso.
Depois de 11 anos de casada, não consigo mais ter isso.
Durante o dia, são abraços, risos e pouquíssimo diálogo.
Á noite, embora perto e na mesma cama.
Fico solitária e vazia.

Editado em 27 de julho de 2024 
Ps: "Agora, estamos com 13 anos de casados!
Vivendo a melhor fase das nossas vidas.
Estou muito doente, só espero que eu não seja um amor para recordar!
Nossa vida, está perfeita"

Gosto de dormir sentindo que de alguma forma estou segura dos meus medos.
Dos medos que me assolam e que me assombram dia após dia.

Mas, ultimamente, tudo está vazio.
Não consigo mais sentir esse aconchego.
Nas noites frias, por mais que eu fale e chore e peça...
Nada acontece.
Tudo continua frio e vazio. Ao meu lado.

Eu não sei como consertar as coisas...
Só sei que estou aqui.
Vivendo dia após dia...
Sem saber como será o amanhã ou o meu fim.

Eu tento dar meu máximo, para não aparentar tristeza.
Mas, por dentro, tudo me assola e acaba comigo pouquinho a pouquinho, todos os dias.

Pode ser depressão?
Talvez! Sim.
Eu já pesquisei tenho todos os sintomas de uma pessoa depressiva.
Sei que não existe cura.
Porque isso, é da alma.
Vêm de dentro...

E eu tento.
Tento não me desmanchar de vez!
Afinal, viver tudo o que já vivi e carregar lembranças pesadas demais e não poder apaga-las da minha memória é um fardo bem pesado.

Os traumas ficaram e é isso que me causa transtornos.
É impossível, não chorar com a minha história de vida.
Com meus relatos pessoais!

Eu escrevo e depois de algum tempo, volto e releio.
Sempre que releio, eu me derreto por dentro, feito um oceano.

Sei que a vida de ninguém é perfeita e por que a minha seria, não é mesmo?

Já ouvi e li relatos parecidos e por vezes assisti muitas cenas da minha vida, em filmes de terror.

Interessante, a forma como roteiristas põem histórias reais em suas cenas e quando alguém se identifica, fica perplexo.
Como eu, que já fiquei por diversas vezes, vendo a minha história, em pequenos pedaços, sendo relatados nas telas.

É realmente, incrível!

Então, termino mais esse relato às 04:41 da manhã, tentando me recuperar dos pensamentos aleatórios que estão aqui, me perseguindo e tentando me fazer parar.

Mas, eu sei que tenho um propósito aqui nesse lugar e eu preciso me reinventar, me adaptar sempre e ser bem mais forte do que o homem de ferro.

Eu sei que consigo.

Até o próximo post...

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